Na postagem anterior
discorri sobre a Avaliação do Risco Inerente ao
procedimento como
sendo a primeira etada da avaliação perioperatória. Após definir o risco do
procedimento, devemos realizar a Avaliação do Risco
Clínico, risco este dependente das características
clínicas e biológicas do próprio paciente. Algumas destas características podem
ser corrigidas, amenizadas ou removidas por completo. Outras, como idade, são
imutáveis e precisam apenas ser consideradas no planejamento das possíveis
complicações. A segunda Diretriz de Avaliação Perioperatória da Sociedade
Brasileira de Cardiologia dá a opção de alguns algoritmos e afirma que poderá
ser escolhido qualquer um dos apresentados, uma vez que são melhores do que o
acaso para predizer complicações perioperatórias. Dois destes algoritmos são
mais conhecidos e acredito serem complementares: o da American College of Physicians(ACP) e do American College of Cardiology(ACC) / American Heart Association(AHA).
A proposta de avaliação
de risco cirúrgico que irei colocar é uma adaptação destes dois protocolos,
tentando minimizar as deficiências de cada um.
Em resumo,
pacientes de baixo risco clínico (< 70 anos, sem DAC prévia, sem HVE
importante ao ECG, sem EAP recente e com comorbidades estáveis, compensadas)
podem realizar qualquer cirurgia sem avaliação adicional, além dos exames de
rotina propostos abaixo.
Pacientes de alto
risco, seja porque estão com cardiopatia sintomática ou pela avaliação clínica,
devem ter suas cirurgias (qualquer uma) suspensas. Pacientes de risco clínico intermediário
(idosos HAS, diabéticos, DAC prévia ou com IC) assintomáticos serão liberados a
depender de sua AVALIAÇÃO FUNCIONAL, que
será discutido na próxima postagem.
Aguardo comentários.