sexta-feira, 25 de maio de 2012

Avaliação de risco clínico para cirurgias não-cardíacas.


Na postagem anterior discorri sobre a Avaliação do Risco Inerente ao procedimento  como sendo a primeira etada da avaliação perioperatória. Após definir o risco do procedimento, devemos realizar a Avaliação do Risco Clínico, risco este dependente das características clínicas e biológicas do próprio paciente. Algumas destas características podem ser corrigidas, amenizadas ou removidas por completo. Outras, como idade, são imutáveis e precisam apenas ser consideradas no planejamento das possíveis complicações. A segunda Diretriz de Avaliação Perioperatória da Sociedade Brasileira de Cardiologia dá a opção de alguns algoritmos e afirma que poderá ser escolhido qualquer um dos apresentados, uma vez que são melhores do que o acaso para predizer complicações perioperatórias. Dois destes algoritmos são mais conhecidos e acredito serem complementares: o da American College of Physicians(ACP) e do American College of Cardiology(ACC) / American Heart Association(AHA).

A proposta de avaliação de risco cirúrgico que irei colocar é uma adaptação destes dois protocolos, tentando minimizar as deficiências de cada um.




    
Em resumo, pacientes de baixo risco clínico (< 70 anos, sem DAC prévia, sem HVE importante ao ECG, sem EAP recente e com comorbidades estáveis, compensadas) podem realizar qualquer cirurgia sem avaliação adicional, além dos exames de rotina propostos abaixo.

Pacientes de alto risco, seja porque estão com cardiopatia sintomática ou pela avaliação clínica, devem ter suas cirurgias (qualquer uma) suspensas. Pacientes de risco clínico intermediário (idosos HAS, diabéticos, DAC prévia ou com IC) assintomáticos serão liberados a depender de sua AVALIAÇÃO FUNCIONAL, que será discutido na próxima postagem.


Até a próxima postagem.
Aguardo comentários.

Um comentário:

  1. Márcia esta informação para paciente de alto risco e cardiopatia isquêmica, para se fazer um teste indutor de isquemia, foi antes ou após aquele estudo que avaliou diabéticos com investigação exaustiva para DAC? Acredito que os critérios de inclusão são bem diferentes, pois acredito não haver IAM/Angina/EAP. Não é isso sabidona?

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