quinta-feira, 10 de maio de 2012

Na postagem anterior vimos por que e em quem deveríamos realizar a avaliação de risco perioperatória nas cirurgias não cardíacas. Uma vez indicada a avaliação, vamos agora descrever os passos desta avaliação.
Os principais determinantes do risco de complicações perioperatórias cardiovasculares são o TIPO DE PROCEDIMENTO CIRÚRGICO e o STATUS CLINICO DO PACIENTE. Assim, o primeiro passo é AVALIAR O RISCO RELACIONADO AO PROCEDIMENTO CIRÚRGICO.
É disto que trataremos nesta postagem.
As CIRURGIAS são Classificadas em baixo, médio e alto risco de complicações perioperatórias, conforme a American Heart Association  e American College of Cardiology, também adotada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Esta classificação se baseia na frequência de eventos cardiovasculares perioperatórios (mortalidade cardiovascular e IAM perioperatório).
Na tabela abaixo, a classificação de risco perioperatório das cirurgias não cardíacas:

Baixo Risco (< 1%)
Risco Intermediário (1 a 5%)
Alto Risco (> 5%)
Procedimentos endoscópicos
Procedimentos superficiais
Catarata
Mama
Cirurgias de Hernioplastia com anestesia local
Cirurgias de varizes de mmi
Cirurgias plásticas*
Cirurgias ginecológicas
Endarterectomia de carótidas
Cirurgias de Cabeça e Pescoço
Operações intratorácias e intraperitoneais
Cirurgias Ortopédicas
Cirurgias Urológicas
Cirurgias de Urgências
Cirurgia de aorta e revascularização periférica
Procedimentos prolongados (> 4h de duração)
Procedimentos com grande perda sanguínea (> 5% do peso corporal).


A importância da avaliação quanto ao procedimento cirúrgico é fundamental, no sentido que aqueles cujos procedimentos são de baixo risco, não precisam de nenhuma avaliação adicional (ECG, exames laboratoriais ou coagulograma) para conclusão da avaliação de risco.
De uma forma geral, a conclusão do risco perioperatório deve incluir apenas a avaliação cardiológica clínica: O paciente ira se submeter à cirurgia de baixo risco e é considerado como de baixo risco, realizar o procedimento conforme planejamento cirúrgico. Observações podem ser feitas para o cirurgião e anestesista no sentido de orientações ou ajustes que tenham sido realizados como ajuste de anti-hipertensivos, anticoagulação e antiagregantes. Aliás, este será motivo de uma postagem.
Cirurgias de baixo risco serão suspensas ou adiadas apenas se os pacientes estiverem com doença cardíaca descompensada (ICC CF III ou IV, Angina CF III ou IV, BAV avançado, Taquiarritmias ou Valvulopatias graves como EAo, IAo, EM ou IM importantes sintomáticas ou não). Estes deverão ser compensados antes dos procedimentos eletivos.
Por enquanto é só... na próxima postagem: Classificação de Risco Clínico perioperatório.

Marcia Cristina.

4 comentários:

  1. Obrigado pelo esclarecimento! O melhor é que eu tive a oportunidade de ouvi-la no ambulatório e ler por aqui exatamente o que está sendo orientado na prática.

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    1. Obrigada Itamar. O objetivo é este: discutirmos a teoria na prática. Que bom que o blog tem contribuido para a formação de vocês.

      Tragam exemplos para discutirmos no Blog e as lacunas deixadas pelas postagens. Divulgue!

      Marcia Cristina

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  2. Como são classificadas as cirurgias para confecção de fístula arterio venosas?

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