Nega qualquer comorbidade. Não faz uso de drogas ilícitas. Nega história familiar de DAC ou MS.
Trata-se de um ECG com elevação do ponto J de V1-V3 e padrão de disturbio de condução do ramo direito, com QTc normal, compatível com Síndrome de Brugada.
A Síndrome de Brugada foi descrita por Pedro e Josep Brugada em 1991-1992, em oito pacientes com morte súbita revertida nos quais foram observados os seguintes achados eletrocardiográficos :bloqueio de ramo direito e elevação do segmento ST nas derivações V1-V3.
A Síndrome de Brugada é caracterizada por:
a -elevação do segmento ST nas derivações precordias direitas acompanhadas por um distúrbio de condução pelo ramo direito;
b -coração anatomicamente normal;
c -taquiarritmias ventriculares com alto risco de morte súbita.
Os pacientes são geralmente homens jovens e é considerada uma CANALOPATIA. Tem transmissão autossômica dominante, sendo ligada principalmente à mutação no gene SCN5A, o que causa disfunção nos canais de sódio.
Clinicamente manifesta-se por síncope e/ou morte súbita, relacionada a taquiarritmia ventricular maligna (taquicardia ventricular polimórfica auto-limitados, mas que pode degenerar para fibrilação ventricular). Os episódios mais comumente ocorrem em repouso e à noite durante o sono.
A morte súbita ocorre em torno dos 40 anos.
Outras variantes ECG:
O paciente em questão tem o ECG compatível, contudo para o diagnóstico da Síndrome, o ECG apenas não basta. Resta fazer o ECOCARDIOGRAMA para afastar cardiopatia estrutural e avaliar a presença de TV, como provável etiologia da pré-sincope ao esforço, o que pode ser feito com HOLTER 24h e TE.
Em confirmando ser a etiologia da síncope ou pré-síncope uma arritmia maligna, o CDI é o tratamento de escolha. Importante rastrear a doença nos parentes.
Marcia Cristina.