Na postagem
anterior discorri sobre a Avaliação do Risco Clínico como
sendo a segunda etapa da avaliação perioperatória. Nos pacientes com risco clínico
intermediário e cirurgias de médio e alto risco devemos realizar a Avaliação da Capacidade Funcional,
A avaliação
funcional implica em dois grandes grupos: Pacientes com capacidade funcional
ruim (ou desconhecida nos inativos ou sedentários) e aqueles com capacidade
funcional moderada ou excelente.
Será
considerado Teste Indutor de Isquemia
como baixo risco quando se Escore baixo ao
teste ergométrico (Escore de Duke > 4) • Teste normal ou pequenos defeitos
de perfusão em repouso ou em teste de imagem com estresse • Contração
miocárdica normal ou nenhuma mudança em limitada porção do miocárdio durante
teste do ecocardiograma com estresse. Alterações com maior grau de intensidade
que as citadas serão classificadas como risco intermediário ou alto.
Notas:
1 Deve também ser solicitado em todos os pacientes
com história pessoal ou familiar de sangramento ou discrasia, em conjunto com
avaliação da hematologia, independente do tipo de cirurgia a que serão
submetidos.
3 Os
pacientes com risco cardiovascular intermediário e alto submetidos a cirurgia
de alto risco, devem fazer o pós-operatório em unidades de terapia intensiva ou
semi-intensiva, por pelo menos, 72 horas, já que o pico de complicações
cardiovasculares ocorre nos primeiros 3 dias. Deve ser rastreada isquemia
miocárdica com marcadores de necrose (CPK, CKmb e Troponina I) e ECG a cada
24h, por 4 dias, mesmo nos assintomáticos e com achados inespecíficos do ECG.
4 Pacientes portadores de marcapasso (MP) e
cardiodesfibrilador implantável (CDI), de preferência, deverão ser avaliados
pelo arritmologista para programação adequada dos aparelhos. Utilizar o mínimo
possível o bisturi elétrico bipolar. Na impossibilidade, utilizar a placa
unipolar distante do sítio do MP. Após o implante de MP , adiar o procedimento
cirúrgico por no mínimo 60 dias.
Ao concluir a análise clínica-funcional e
inerente ao procedimento, cabe ao cardiologista concluir apenas sua avaliação.
Não é de sua competência decidir sobre a realização ou não do procedimento.
Assim, deve evitar termos como APTO para o PROCEDIMENTO.
Costumo descrever da seguinte forma:
Paciente
de risco intermediário para complicações cardiovasculares no período
perioperatório com capacidade funcional boa ou excelente (ou Teste Indutor de Isquemia
negativo ou de baixo risco) e procedimento proposto é de baixo (intermediário
ou alto) risco para tais complicações. Proceder conforme planejamento cirúrgico.
Paciente
de alto risco para complicações cardiovasculares no período perioperatório, mas
tem capacidade funcional boa ou excelente, tem Teste Indutor de Isquemia
negativo ou de baixo risco, sendo assintomático ao esforço. Proceder conforme
planejamento cirúrgico. Manter medicações em uso, inclusive no dia do procedimento.
Reservar vaga de UTI no Pós-operatório. Acompanhamento
cardiológico no pós-operatório é recomendado.
Aguardo comentários.
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