Abaixo minha primeira contribuição.
Coleções Clínicas - Doença Arterial Coronária / Prevenção
Alta dose de manutenção de clopidogrel promove maior inibição plaquetária, vasodilatação e diminuição da inflamação em pacientes submetidos a ICP
Autor: Dra. Fernanda Seligmann Feitosa
Revisado por: Dr. Bruno Paolino
Referência: Patti G et al. High Versus Standard Clopidogrel Maintenance Dose After Percutaneous Coronary Intervention and Effects on Platelet Inhibition, Endothelial Function, and Inflammation. Results of the ARMYDA-150 mg (Antiplatelet Therapy for Reduction of Myocardial Damage During Angioplasty) Randomized Study. J Am Coll Cardiol, 2011; 57:771-778
Resumo: Este estudo avaliou o uso de altas doses de manutenção de clopidogrel (150mg/d), em comparação à dose padrão (75mg/d), em pacientes submetidos a intervenção coronária percutânea (ICP). Foi demonstrado que os pacientes que utilizaram clopidogrel em dose dobrada tiveram maior inibição plaquetária, maior vasodilatação e menores valores de proteína C-reativa (PCR), em comparação aos que usaram a dose padrão. Entretanto, não foram avaliados no estudo os benefícios clínicos desta estratégia, ou seu perfil de segurança.
Objetivos: Comparar o efeito de altas doses de manutenção de clopidogrel em comparação à dose padrão na inibição plaquetária, inflamação e função endotelial dos pacientes submetidos a ICP.
Métodos: Um mês após a intervenção (T0), os 50 pacientes do estudo foram randomizados para receber dose padrão (75mg/dia) ou dose alta (150mg/dia) de clopidogrel de manutenção por 30 dias (T1). Neste momento, foi realizado um cruzamento (cross-over) dos grupos e mantido o novo tratamento por mais 30 dias (T2). A reatividade plaquetária (avaliada pelo método VerifyNow®), a função endotelial (avaliada pela vasodilatação mediada pelo fluxo) e os níveis de PCR ultrasensível foram mensurados nos 3 momentos do estudo (T0, T1 e T2).
Resultados: Os pacientes que estavam recebendo dose alta de clopidogrel (150mg/dia) obtiveram maior inibição plaquetária em comparação ao grupo que estava recebendo dose padrão (50 ± 20% vs 31 ± 20%, respectivamente; p < 0,0001), além de maior vasodilatação (16,9 ± 12,6% vs 7,9 ± 7,5%, respectivamente; p=0,0001), e menores níveis de PCR (3,6 ± 3,0mg/l vs 7,0 ± 8,6mg/l, respectivamente; p=0,016). O uso de clopidogrel em dose alta também foi associado a menor proporção de pacientes com hiperagregabilidade plaquetária (>240 PRU) (12% vs 32%; p=0,001). Houve ainda diminuição na porcentagem de pacientes com taxa de vasodilatação <7% (16% vs 58%; p = 0,0003), e na porcentagem de indivíduos com PCR > 3 mg/l (46% vs 64%; p = 0,07).
Conclusões: Para pacientes submetidos a ICP, a dose de manutenção de clopidogrel de 150mg foi associada a maior inibição plaquetária, melhora da função endotelial e redução da inflamação, em comparação com a dose padrão da medicação (75mg/dia).
Perspectivas: Pacientes submetidos a ICP devem receber antiagregação plaquetária dupla por pelo menos 1 mês após implante de stent convencional e 12 meses após implante de stent farmacológico, a fim de diminuir o risco de trombose de stent e de eventos cardiovasculares. Sabe-se que alguns pacientes (cerca de 5 a 30% da população) podem ser hiporrespondedores ao clopidogrel, o que aumenta a chance de eventos adversos. Uma das estratégias propostas para diminuir este risco é o aumento da dose do clopidogrel, a fim de aumentar a inibição plaquetária nesta população de pacientes. Dados prévios sugeriam que o clopidogrel, além dos efeitos antiplaquetários, apresenta também inúmeras ações biológicas. O estudo publicado no JACC foi o primeiro a testar os efeitos pleiotrópicos do clopidogrel de manutenção em dose dobrada. Ele demonstrou que os pacientes em uso de 150mg apresentaram maior inibição plaquetária, maior vasodilatação e menores valores de PCR em comparação aos pacientes em uso de dose padrão. Estas ações podem ter papel relevante nos efeitos benéficos do clopidogrel e podem fornecer evidências para o uso de doses de manutenção maiores em pacientes selecionados.
Entretanto, a grande limitação deste estudo foi não ter avaliado eventos clínicos, como taxas de mortalidade, infarto e trombose de stent. Também não foi avaliada a segurança desta estratégia, já que altas doses de clopidogrel podem levar a aumento de sangramentos. Portanto, ficou demonstrado que o uso de clopidogrel em dose de manutenção de 150mg tem bons efeitos biológicos. Entretanto, se estes efeitos se traduzem em benefício clínico, com bom perfil de segurança, ainda é desconhecido.
Autor: Dra. Fernanda Seligmann Feitosa
Revisado por: Dr. Bruno Paolino
Referência: Patti G et al. High Versus Standard Clopidogrel Maintenance Dose After Percutaneous Coronary Intervention and Effects on Platelet Inhibition, Endothelial Function, and Inflammation. Results of the ARMYDA-150 mg (Antiplatelet Therapy for Reduction of Myocardial Damage During Angioplasty) Randomized Study. J Am Coll Cardiol, 2011; 57:771-778
Resumo: Este estudo avaliou o uso de altas doses de manutenção de clopidogrel (150mg/d), em comparação à dose padrão (75mg/d), em pacientes submetidos a intervenção coronária percutânea (ICP). Foi demonstrado que os pacientes que utilizaram clopidogrel em dose dobrada tiveram maior inibição plaquetária, maior vasodilatação e menores valores de proteína C-reativa (PCR), em comparação aos que usaram a dose padrão. Entretanto, não foram avaliados no estudo os benefícios clínicos desta estratégia, ou seu perfil de segurança.
Objetivos: Comparar o efeito de altas doses de manutenção de clopidogrel em comparação à dose padrão na inibição plaquetária, inflamação e função endotelial dos pacientes submetidos a ICP.
Métodos: Um mês após a intervenção (T0), os 50 pacientes do estudo foram randomizados para receber dose padrão (75mg/dia) ou dose alta (150mg/dia) de clopidogrel de manutenção por 30 dias (T1). Neste momento, foi realizado um cruzamento (cross-over) dos grupos e mantido o novo tratamento por mais 30 dias (T2). A reatividade plaquetária (avaliada pelo método VerifyNow®), a função endotelial (avaliada pela vasodilatação mediada pelo fluxo) e os níveis de PCR ultrasensível foram mensurados nos 3 momentos do estudo (T0, T1 e T2).
Resultados: Os pacientes que estavam recebendo dose alta de clopidogrel (150mg/dia) obtiveram maior inibição plaquetária em comparação ao grupo que estava recebendo dose padrão (50 ± 20% vs 31 ± 20%, respectivamente; p < 0,0001), além de maior vasodilatação (16,9 ± 12,6% vs 7,9 ± 7,5%, respectivamente; p=0,0001), e menores níveis de PCR (3,6 ± 3,0mg/l vs 7,0 ± 8,6mg/l, respectivamente; p=0,016). O uso de clopidogrel em dose alta também foi associado a menor proporção de pacientes com hiperagregabilidade plaquetária (>240 PRU) (12% vs 32%; p=0,001). Houve ainda diminuição na porcentagem de pacientes com taxa de vasodilatação <7% (16% vs 58%; p = 0,0003), e na porcentagem de indivíduos com PCR > 3 mg/l (46% vs 64%; p = 0,07).
Conclusões: Para pacientes submetidos a ICP, a dose de manutenção de clopidogrel de 150mg foi associada a maior inibição plaquetária, melhora da função endotelial e redução da inflamação, em comparação com a dose padrão da medicação (75mg/dia).
Perspectivas: Pacientes submetidos a ICP devem receber antiagregação plaquetária dupla por pelo menos 1 mês após implante de stent convencional e 12 meses após implante de stent farmacológico, a fim de diminuir o risco de trombose de stent e de eventos cardiovasculares. Sabe-se que alguns pacientes (cerca de 5 a 30% da população) podem ser hiporrespondedores ao clopidogrel, o que aumenta a chance de eventos adversos. Uma das estratégias propostas para diminuir este risco é o aumento da dose do clopidogrel, a fim de aumentar a inibição plaquetária nesta população de pacientes. Dados prévios sugeriam que o clopidogrel, além dos efeitos antiplaquetários, apresenta também inúmeras ações biológicas. O estudo publicado no JACC foi o primeiro a testar os efeitos pleiotrópicos do clopidogrel de manutenção em dose dobrada. Ele demonstrou que os pacientes em uso de 150mg apresentaram maior inibição plaquetária, maior vasodilatação e menores valores de PCR em comparação aos pacientes em uso de dose padrão. Estas ações podem ter papel relevante nos efeitos benéficos do clopidogrel e podem fornecer evidências para o uso de doses de manutenção maiores em pacientes selecionados.
Entretanto, a grande limitação deste estudo foi não ter avaliado eventos clínicos, como taxas de mortalidade, infarto e trombose de stent. Também não foi avaliada a segurança desta estratégia, já que altas doses de clopidogrel podem levar a aumento de sangramentos. Portanto, ficou demonstrado que o uso de clopidogrel em dose de manutenção de 150mg tem bons efeitos biológicos. Entretanto, se estes efeitos se traduzem em benefício clínico, com bom perfil de segurança, ainda é desconhecido.
Fonte: http://cientifico.cardiol.br/cardiosource2/doenca-art-coronaria/int_artigo30.asp?cod=234.
Marcia Cristina A. Silva
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